Receitas Saudáveis para seu Cão — eBook
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Publicado por Jefferson Peixoto • Página original do produto na Hotmart

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Capítulo 92 - A Mãe Que Voltou a Sorrir

Uma mãe redescobre o sorriso ao ver seu filho florescer graças ao amor incondicional e ao apoio transformador da comunidade.

Capítulo 92 - A Mãe Que Voltou a Sorrir

Havia um tempo em que o sorriso se escondia. Acordava de manhã, olhava no espelho e via o reflexo de uma mulher forte, mas cansada. Os olhos, antes cheios de luz, pareciam sempre em busca de respostas. O trabalho de cuidar de Diego, o peso da cadeira, as idas e vindas a médicos e terapias, o medo do amanhã e a saudade de uma vida mais leve: tudo se acumulava como livros numa estante já cheia. Houve momentos em que pensei que nunca mais seria capaz de rir sem peso no peito. Mas a vida, com seus desdobramentos imprevisíveis, me provou que sempre há chance para recomeçar.

A transformação começou de forma sutil. Foi no dia em que assisti Diego escrever a primeira letra no tablet, com o Sombra ao lado. Vi a luz nos olhos dele, a vitória em um gesto simples. Lembrei-me de que o sorriso surge quando reconhecemos o pequeno milagre escondido no cotidiano. Ele cresceu com o primeiro “mamãe” sussurrado com esforço. Cresceu com o balão amarrado à coleira de Sombra, balançando no quintal, e com a primeira palavra escrita de próprio punho. Cresceu com a notícia no jornal da cidade, com a feira da escola e com o certificado de superação. Cada capítulo que contamos, cada momento especial, foi construindo um motivo para sorrir.

Mas aquele sorriso completo, aquele que ilumina a alma e reacende a esperança, aconteceu quando percebi o valor do apoio coletivo. Foi quando Lídia me abraçou na feira, dizendo que a escola era nossa casa. Foi quando Clara chorou ao ver Diego pronunciar “mamãe”, como se o filho fosse dela. Foi quando Dona Helena bateu em minha porta, trazendo brownies e um coração gigante, disposto a dividir nossas dores. Foi quando Lourdes chegou com Bolt, disposta a aprender sobre inclusão ao treinar o seu cachorro. Foi quando o bairro inteiro montou um sorteio para comprar nossa cadeira motorizada. Foi quando sentamos em roda com vizinhos e crianças, transformando uma cadeira em nave espacial, um carrinho de pedal em aventura, uma rifa em praia.

Um dia, cansada de tantas frustrações, sentei-me na cozinha e chorei baixinho. Não queria que Diego me visse assim, não queria que Sombra se preocupasse. Mas Sombra ouviu meu suspiro e veio até mim. Colocou o focinho na minha perna. Não latiu, não me lambeu. Apenas me olhou. A conexão foi imediata. Compreendi que não estava sozinha. Havia um cão que me amava, um filho que me inspirava, um marido que me apoiava, uma comunidade que me acolhia. Levantei-me, limpei as lágrimas e preparei o café. Enquanto o cheiro se espalhava pela casa, um sorriso tímido surgiu em meu rosto.

Foi nessa jornada que descobri o poder das histórias e da imaginação. Descobri que a cadeira motorizada podia se transformar em nave. Descobri que Sombra podia ser quase irmão de Diego. Descobri que o parque era mais do que um espaço de lazer; era palco de nossas vitórias. Descobri que o sonho de uma cadeira motorizada unia pessoas. Descobri que havia um curso para ensinar o Sombra a ser nosso aliado, o Curso de Adestrador de Cães, que transformou um cachorro em herói. Descobri que cada desafio escondia um tesouro.

Uma manhã, acordei com um pensamento diferente. Senti que meu sorriso estava voltando, mas dessa vez não por força, e sim por convicção. Levantei-me, caminhei até a janela e vi Diego brincando com Sombra. Vi Carlos lendo um jornal e preparando o café. Vi a rua tranquila, as árvores balançando com o vento. O sol iluminava a cena. Senti o coração bater forte, mas não de ansiedade. Era uma batida diferente, de gratidão. Fui até a cozinha, olhei meu reflexo na chaleira de inox e, pela primeira vez em muito tempo, vi-me sorrindo naturalmente. Não era um sorriso forçado nem um sorriso polido para confortar alguém. Era genuíno. Senti as rugas ao redor dos olhos e percebi que elas não eram marcas de dor; eram marcas de vida.

Decidi, naquele dia, escrever sobre o sorriso. Peguei o diário que usávamos para registrar os sonhos realizados e comecei uma nova página. Escrevi: “Hoje, a mãe que estava cansada voltou a sorrir”. Não sabíamos para quem seriam as histórias do diário quando começamos. Era um registro para nós, para Diego ler e lembrar de onde veio, para Sombra sentir-se parte da família, para Carlos se sentir parte de cada conquista. Mas naquele momento, escrever sobre mim mesma e sobre meu sorriso serviu como terapia. Transformou a visão que eu tinha de mim.

Diego, curioso, aproximou-se. Pegou o tablet e escreveu: “Por que escreveu isso?”. Mostrei-lhe a página. Ele leu, analisou, e sorriu. Depois, escreveu: “E por que estava sem sorriso?”. Sorri de novo. Era hora de abrir um pouquinho meu coração. Expliquei que, às vezes, as pessoas se perdem em meio às responsabilidades, aos medos e às expectativas. Disse que, quando algo inesperado acontece na vida – como uma condição de saúde de um filho – muitas coisas precisam ser reorganizadas, e algumas se perdem no processo. Disse que, no início, eu não sabia como reagir, que fiquei triste, com raiva, com medo. Mas que, aos poucos, com ele e com Sombra, reaprendi a sorrir. Ele pegou minha mão e escreveu: “Você nunca vai perder de novo.”. O sorriso ali virou gargalhada entre lágrimas.

Ao longo das semanas, minha disposição mudou. O que antes parecia pesado tornou-se leve. O que parecia impossível tornou-se um desafio estimulante. Os projetos da comunidade, que eu via com receio por medo de incomodar, passaram a ser abraçados com alegria. Se alguém propunha uma rifa, um evento, um passeio, eu dizia sim. E cada sim reforçava meu sorriso. Percebi que sorrir não era só sobre a boca. Era sobre abrir o coração.

Senti meu sorriso florescer quando Lourdes me chamou para assistir a uma aula de dança adaptada. Fui, sem esperar. Descobri que poderia me divertir, que meu corpo ainda era capaz de mexer-se com graça. Voltei para casa rindo sozinha. Senti meu sorriso quando Dona Helena me fez prometer que levaríamos Diego à praia de novo, e que levaríamos Sombra e Bolt juntos, e que dançaríamos à beira-mar com os pés na areia. Senti meu sorriso quando Lídia me pediu para falar em uma palestra sobre inclusão e eu, com a voz trêmula, falei de mim, de Diego, de todos nós. Senti meu sorriso quando Clara me agradeceu por ter confiado nela desde o início, e disse que minha coragem a inspirava. Senti meu sorriso quando Carlos me levou para jantar, improvisadamente, e eu percebi que era a primeira vez em muito tempo que saíamos os dois, só como casal. Rimos, conversamos, sonhamos.

Houve um momento especial em que notei que o sorriso havia se instalado definitivamente. Foi em um domingo de primavera. O quintal estava cheio: as crianças do bairro pulavam corda, Sombra e Bolt corriam, música tocava. Diego e seus amigos jogavam um jogo de tabuleiro. Eu estava na cozinha, fazendo limonada. Ao olhar pela janela, vi a cena e senti uma onda de satisfação. Pensei em tudo que passamos. Pensei na mãe que chorava no banheiro com medo do futuro e na mãe que agora cantava enquanto cortava limões. Pensei na mulher que escondia a tristeza e na mulher que agora falava de sentimentos com orgulho. Foi aí que percebi: a mãe que voltou a sorrir era, antes de tudo, uma mãe que se aceitava, que se perdoava, que entendia que não precisava ser forte o tempo todo para ser boa.

Escrever essas histórias, seja para o diário, seja para compartilhar com a escola, seja para reviver com Diego e Sombra, era o que me mantinha presente. Eu sabia que nossos capítulos poderiam inspirar outras famílias. Sabia que, ao contar como perdi e recuperei o sorriso, poderia ajudar outras mães a se reencontrar. E então comecei a participar de grupos de apoio. Na escola, conversava com mães recém-chegadas ao mundo da inclusão. Contava como foi nosso caminho com Diego. Como achamos o curso que transformou Sombra em um companheiro indispensável. Como choramos e rimos. Como a comunidade nos acolheu. Não escondia as dificuldades, mas enfatizava que o sorriso sempre pode voltar.

Foi numa tarde dessas, durante uma roda de conversa, que uma mãe, em lágrimas, disse: — Eu não consigo mais sorrir. — Tomei a mão dela e respondi: — Eu também não conseguia. Mas o sorriso estava dentro de mim, esperando a oportunidade certa. — Contei-lhe a história da cadeira que virou nave. Contei-lhe do carrinho de pedal, da rifa, da cadeira motorizada. Contei-lhe que, às vezes, transformar objetos em sonhos nos ajuda a resgatar emoções. Ao final da conversa, ela sorriu timidamente. — Talvez eu transforme a cadeira do meu filho em um barco — disse. Sorri de volta. Sabia que aquele barco traria luz.

Os dias continuam cheios de desafios. Existem consultas médicas, noites mal dormidas, preocupações com o futuro. Mas agora, enfrento tudo com outro olhar. O sorriso não está constante, não é um truque permanente. Mas a diferença é que sei onde encontrá-lo. Sei que posso fechar os olhos, lembrar de Diego com Sombra correndo no parque, lembrar do cheiro de bolo de fubá, lembrar do som de várias crianças imitando foguetes, e o sorriso volta. Sei que posso olhar ao redor e ver os amigos que fizemos, a comunidade que construímos, o amor que nos envolve. Sei que posso ver Diego, com a cabeça inclinada, concentrado em escrever, e sentir o coração se expandir.

Alguns meses atrás, Diego escreveu no tablet: “Você está feliz?”. Respondi que sim, que agora sou. Ele fez um sinal de pergunta. Expliquei: — Estou feliz porque aprendi a aceitar nossa vida, com seus dias bons e ruins. Aprendi a me cercar de pessoas que me elevam. Aprendi a buscar alegria nas pequenas coisas. Aprendi a não carregar o mundo sozinha. Aprendi a deixar que você me mostre novas formas de sorrir. — Ele sorriu e escreveu: “Eu também estou.”. Sombra latiu baixinho, como se concordasse. E naquele momento, percebi que nossa felicidade estava sincronizada.

Então, se você, que lê essa história, se sente sem sorriso, quero dizer: há esperança. As lágrimas que você derrama hoje regam uma coragem que vai florescer amanhã. O peso que você carrega, aos poucos, se transformará em força. O medo que te paralisa, um dia, vai se transformar em combustível para criar novos caminhos. Não tenha medo de pedir ajuda. Não se sinta culpada por não ser perfeita. Não ache que você tem que esconder sua dor. Permita-se sonhar e compartilhar. Permita-se transformar a cadeira em nave, o carrinho em carruagem, a cozinha em palco de risadas. Um dia, quando menos esperar, vai se olhar no espelho e se surpreender sorrindo. E vai perceber que o sorriso sempre esteve lá, esperando a hora de voltar.

Hoje, a mãe que voltou a sorrir se sente mais inteira. Não porque a vida se tornou fácil, mas porque aprendeu a olhar para ela de outro jeito. Sabe que a jornada ainda é longa. Sabe que haverá dias de nuvens. Mas sabe, também, que sempre pode olhar para o céu azul daquele sábado em que Diego pilotou a nave, ou para o dia em que correu de carrinho com ele, ou para o parque onde andaram juntos, e sorrir. Porque, no fundo, é disso que se trata: de caminharmos e sorrirmos juntos, lado a lado, com Sombra sempre ao nosso lado, abanando o rabo como quem diz: “Continuem, estou aqui”.


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